sexta-feira, 28 de março de 2008

Parece Mentira...

Em Portugal é impossível poupar tempo, se contabilizarmos as horas perdidas em filas que parecem intermináveis, quer seja para levantar um simples bilhete de identidade ou para pedir uma informação nas finanças. Isto são apenas dois míseros/pequenos exemplos, pois se decidisse agora descreve-los numa lista, talvez precisasse de muito mais do que uma vida. Semanas atrás em vez de acordar e seguir directamente para a universidade, decidi tratar de alguns assuntos. Dirigi-me bem cedo às finanças simplesmente para obter informações sobre trabalhar no estrangeiro, onde pretendia saber, caso fosse trabalhar durante um curto período de tempo para um país não pertencente à união europeia, como ficaria a situação dos descontos. A minha primeira surpresa foi reparar que não existe sequer um balcão de informações para esclarecer duvidas que poderão surgir a qualquer cidadão. A segunda, foi a expressão da funcionária pública de dúvida e incertezas sobre tal assunto, da qual obtive a resposta de que naquele preciso sitio não sabem responder a tal pergunta e a ignorância desta é ainda maior quando lhe pergunto onde me poderei informar. Como última esperança pensei se a loja do cidadão não me poderia esclarecer mas segundo a senhora estes também não seriam grande ajuda. Como é que este povo consegue resolver a sua vida, se as organizações que deveriam ter a informação necessária à população não a tem? Já cheguei à conclusão que para tratar de assuntos de “adultos” é preciso ter sorte com o funcionário disponível.
É triste, mas alguns estabelecimentos deveriam ter uma inspecção aos trabalhadores. Quando me dirigi ao Laboratório de Engenharia Civil para tratar de mais assuntos, tal é o meu espanto quando me deparo com uma agitação e barulho característicos de uma creche. Acabara de entrar na tesouraria. No decorrer dos 15 minutos, enquanto esperava apenas que a senhora, que bocejava freneticamente seguida de gestos lentos, me desse um simples recibo, não pude deixar de reparar na quantidade de trabalhadores sentados nas mesas a porem a conversa em dia. De um lado observava uma senhora robusta e ruiva, que palrava acerca do seu vestido novo de veludo azul enquanto a sua colega descrevia os brincos comprados naquela loja situado no final da Rua Augusta, do outro falavam do evento que seria na próxima semana no Estoril. Tudo isto por um simples recibo…
O problema é que os nossos governantes de certeza que não esperam horas a fio por um simples pedaço de papel ou por umas simples palavras, pois a sua prioridade são os investimentos em causas perdidas e o próximo discurso a decorrer. Qual deles o mais persuasivo? Por outro lado não é de admirar que tais trabalhadores não se sintam minimamente motivados e as razões já estamos nós fartos de saber.

"Boas Causas"

Mas o que me provoca um gosto imenso é o período pré eleições. Aqueles momentos em que os senhores ministros e partidários se deslocam até às mais distantes terras e vestem uma outra personalidade. Na verdade eles têm uma especial preferência para sítios com percentagem de população não instruída mais elevada, e consequentemente mais influenciáveis. Porque será?
Ultimamente têm falado muito dessas tais vilas remotas, mas apenas para anunciarem que os seus habitantes terão de fazer mais alguns quilómetros simplesmente para irem a uma consulta a partir da data por eles estabelecida. Isto porque decidiram fechar mais um hospital e por incrível que pareça alguns destes em perfeitas condições e recentes. Aproveito para fazer lembrar que tais áreas são habitadas essencialmente por uma faixa etária idosa.

Educação...

Voltando agora ao assunto da educação, mas direccionado para alunos recém-licenciados. Também já não é novidade para ninguém que as cunhas fazem parte do dia-a-dia de cada um… ou de quem pode. Mas pior que as cunhas é saber que existem alunos que COMPRAM licenciaturas. Depois admiram-se que sejam todos formados e que não saibam exercer as suas funções! E que não haja empregos para todos obviamente! Sim porque normalmente estes meninos não esperam que alguma empresa desconhecida os contrate, mas sim que a empresa deste familiar e daquele amigo do familiar lhes disponibilizem um lugarzinho. Tal facto consegue ser mais grave do que determinadas universidades privadas que passam os alunos para garantirem a sua quantia mensal e que de um dia para o outro passam a ser conhecidas a nível nacional tendo um explosivo sucesso entre as principais noticias nacionais, mas porque tristemente fecharam as portas para talvez nunca mais voltarem a abri-las, deixando centenas de alunos sem orientação.Talvez a solução seja um novo grito de libertação, mas para tal teríamos de convencer estas almas desoladas que deambulam pelas ruas de norte a sul do país, esperançosas toda a vida de que algo vão mudar, a revolucionar os seus pensamentos e comportamentos, a adquirir uma nova esperança e força para tomarem alguma atitude. Lembremo-nos que antigamente bastava enfrentar um, e que hoje em dia os tempos mudaram e não se trata apenas de um ditador. E vou utilizar a palavra ditador tanto para Salazar, que era o verdadeiro, assim como para os “senhores” do actual governo. Hoje em dia são mais do que um, o que reivindica uma necessidade de força abismal por parte da população.~
Estes cidadãos, são vítimas de uma constante lavagem cerebral por parte dos nossos governantes, e o pior é que nem sequer se aperceberem disso. No meu ver cada partido funciona, uns mais do que outros obviamente, como uma espécie de seita com os seus fiéis seguidores, cientes de que o que lhes é dito, é o melhor caminho a seguir.

Por Onde o Tempo não Passa

Passando a outro assunto, se têm estado atentos às notícias já sabem que quando o PCP celebrou o seu aniversário este ano, disponibilizou no seu site páginas do jornal clandestino Avante, utilizado como um grito de libertação e revolução antes do 25 de Abril, assim como depois desta data. Tal como o nome indica, era clandestino pois falava sobre tudo o que não era permitido na altura, era uma afronta ao governo e a Salazar, o que era inadmissível e quem o fazia era altamente punido. Quando me deparei com a entusiasmante noticia de que agora poderia aceder a tais artigos com um só click, agarrei energeticamente no computador e comecei a pesquisar. Afinal de contas tratavam-se de notícias escritas ainda antes do meu nascimento. Comecei então a ler e o que vi foi um povo lutador, confiante e com objectivos extraordinários! Todavia apesar de se tratarem de artigos antigos por momentos pensei que estava a ler o correio da manha da semana passada. As notícias pareciam verdadeiras cópias nomeadamente quando se referiam ao desemprego. Apesar de hoje em dia existir menos miséria, os principais problemas permanecem e assim irão permanecer por mais algum tempo.

Não é dever de qualquer cidadão olhar pela Natureza?

Concerteza já ouviram falar da famosa cimenteira colocada na zona central do parque natural da Serra da Arrábida, mais conhecida como SECIL. Pois bem, para esta funcionar é necessário que esta extraia grandes quantidades de rocha diariamente, e é triste ver uma zona que é das mais bonitas de Portugal desaparecer aos poucos. Vão desgastando a serra e quando dermos por nós a serra da Arrábida será apenas uma história a contar aos nossos sucessores. Existe apenas uma Instituição que se destaca pela sua constante preocupação em apelar ao governo e aos cidadãos esta grave situação, a QUERCUS. Contudo os seus esforços são practicamente nulos, pois o negócio fala sempre mais alto. Lembro que a QUERCUS é uma instituição não governamental e sem fins lucrativos.
Tal aspecto prejudica progressivamente não um, mas um número indeterminável de indivíduos, assim como uma área que supostamente deveria ter como preocupação primordial a sua manutenção.

Já no tempo dos romanos se dizia: “Quem é aquele povo junto à água que não governa nem se deixa governar?”

E aqui aproveito para apelar a quem me saiba responder a tal pergunta que o faça. Tantos séculos passados e continua a ser um obstáculo perante os meus pensamentos.
Há uns dias atrás, enquanto cozinhava e ouvia as noticias, ouvi algo que me obrigou a aumentar o volume da Tv. e a focar mais uma vez a minha atenção unicamente no ecrã. Anunciavam então que iria entrar em vigor uma lei que proibia os piercings, assim como tatuagens e maquilhagem permanente em meninas com menos de 18 anos! Confesso que não estava a acreditar e penso que não é preciso explicar uma vez mais o que tal situação faz lembrar. Já nem sequer somos livres de fazer o que queremos com o nosso corpo? Por este andar só falta acabarem com os implantes de silicone! Por acaso nem sou grande adepta de piercings e tatuagens por isso não pensem que se trata de uma opinião de gosto ou defesa pessoal. Trata-se sim da palavra de alguém que nasceu supostamente na época pós-fascismo, a suposta época da liberdade, alguém plenamente ciente dos direitos de cada um. Relativamente aos piercings e tatuagens, são simplesmente aspectos que marcam gerações, tornou-se moda e são utilizados como forma de manifestação e afirmação pessoal. Não podemos proibir as pessoas de serem livres de se expressarem já que a moda que vai desde o vestuário a determinados comportamentos são tão ou mais importantes do que muitas das nossas palavras utilizadas no dia-a-dia, para transmitir a personalidade de cada um. Concordo que determinadas zonas do corpo sejam de risco, mas quem está sujeito a tal é através de pleno acto voluntário. O que seria se amanha decidissem proibir tudo o que faz mal à saúde ou ao corpo? Não deveriam estar mais preocupados com o que faz mal à sociedade em geral? Ou com aspectos que matam diariamente milhares de pessoas, como o vergonhoso estado das nossas estradas?
Como a prioridades dos ditos grandes senhores é aumentarem sempre que puderem o seu património, em vez de se preocuparem para investir algum dinheiro nas estradas, têm como prioridade as dezenas de radares, as centenas de operações stop, as novas leis do código da estrada, mais punições e claro o aumento do valor das multas! Como é que é possível fecharem os olhos ao estado das estradas? É impressionante a quantidade de zonas mal assinaladas, estradas com curvas em que o relevo está ao contrário provocando sucessivos acidentes e os milhares de buracos e lombas, se assim as posso chamar, por defeito na construção. Já que falo em estradas, aproveito para contar mais um episódio em que fiquei bastante surpreendida. Há uns meses atrás, dirigia-me à universidade de uma pessoa conhecida situada na Ameixoeira, e para tal tenho de passar pela Junta de Freguesia do Lumiar. Já tinha reparado que estavam a realizar uma obra grande, quando percebo que esta é um autêntico atentado à paisagem lisboeta. Para além de tapar a vista a dezenas de casas, algumas novas, passa rente ao tecto da Junta fazendo com que esta fique constantemente mergulhada na sombra. Tal obra é mais conhecida pela continuação do Eixo Norte-Sul. Será que nunca ouviram falar em Engenheiros de Planeamento do Território? Oh já me esquecia, o Engenheiros Civis é que andam a tratar do assunto…

Interrogações e Factos

Por vezes pergunto-me…Não será do interesse de certas pessoas, que Portugal seja um país de analfabetos? Digo isto pelas demasiadas interrogações que tenho feito a mim mesma sobre as calinadas deste governo! Não digo que é uma vergonha pois tal palavra está demasiado gasta para este facto… Mais depressa utilizaria a palavra lastimável.
São os dinheiros mal gastos, mais o dinheiro que sabem que irá ser mal gasto no futuro (mas mesmo assim vale a pena tentar), os projectos intermináveis, os sucessivos empréstimos da união europeia para acabar os tais projectos com atrasos de 5 anos, para não falar de um assunto que já cansa, o dos impostos e salários. E claro, não poderia deixar de referir os canudos falsos ou os casos de pedofilia jamais resolvidos. Obviamente que não me refiro a ninguém em concreto, pois se o fizesse ainda me levariam presa. E mais uma vez interrogo-me, seremos nós ainda governados através de ideias fascistas? Seremos mesmo de facto um povo livre? Ou estaremos todos a viver uma verdadeira ilusão desde o famoso e tão esperado dia da revolução?
Os meus caros leitores poderão estar a pensar neste momento porque razão digo isto e como meu dever e obrigação vou referir alguns factos que fazem pensar. Das situações mais recentes poderei referir em primeiro lugar a liberdade de expressão. É inadmissível que num país dito LIVRE tal característica seja violada, e penso que ainda todos têm em mente as pessoas que foram processadas simplesmente porque o senhor primeiro-ministro não gostou de ouvir de determinados assuntos a seu respeito. O que seria se 1 individuo em cada 10 decidisse fazer tal coisa? Aliás tal seria impossível, é apenas uma constatação já que tais benefícios são só para alguns…Com um determinado status.
Igualmente inadmissível é o comportamento de certas pessoas ditas profissionais nas prisões, os guardas. Claro que não estou a dizer que todos os presidiários são vítimas, mas são já suficientemente conhecidos os casos de agressões a estes por parte dos guardas, pelas diversas razões. Contudo as sucessivas queixas, para não variar pois estamos em Portugal, não têm qualquer resultado. Não fará lembrar comportamentos da PIDE?
Há umas semanas atrás fui a uma consulta com uma amiga, e enquanto esperava impacientemente que ela regressasse, a minha atenção voltou-se subitamente para a televisão colocada bem no topo da parede. O assunto era a manifestação dos professores, em que inicialmente mostravam a nossa famosíssima ministra da educação, com o seu ar atrapalhado como o habitual, parecendo sempre que procura a resposta nas pessoas que a rodeiam. Na verdade gostaria de vê-la uma única vez a ser confrontada e a responder no momento a algo que pareça genuinamente da sua autoria. E enquanto me envolvia nos meus pensamentos, enterrada nuns sofás verdes que lá havia, fiquei subitamente boquiaberta quando anunciam que a policia se deslocou às escolas com o simples objectivo de adquirir informações acerca da manifestação! E mais uma vez surgiu na minha cabeça aquela palavra há muito não utilizada, digamos que practicamente extinta, PIDE. O problema é que nem tudo o que se deixa de falar desaparece, e esse é o maior erro deste povo orgulhoso, pensar que está tudo bem quando na verdade não está. É preciso que reajam!

Uma Breve Introdução

Era eu uma criança, envolta em plena inocência, quando ouvi falar pela primeira vez, em algo que tinha um nome cuja sonorização era um tanto ou quanto diferente mas que no fundo não tinha nada de engraçado, o fascismo.
Nomeadamente a minha mãe foi a primeira pessoa a falar-me da revolução de 25 de Abril, dia em que os portugueses souberam qual o verdadeiro sabor da liberdade tanto individual como colectiva. Foi a queda de Salazar e a felicidade do povo.
Ainda por esta altura ouvia falar sobre determinados seres, que com base em determinados interesses transcendiam qualquer limite que se enquadre no socialmente aceite. Só mais tarde vim a descobrir que tais seres eram denominados por humanos.
Visto que não foi há muito tempo, estes indivíduos eram caracterizados segundo diversos nomes utilizados habitualmente. Ouvia falar de um que era gatuno, outro que era burlão ou ladrão. Mas para mim eram simplesmente pessoas que apesar de não agirem correctamente, faziam-no por necessidade.
É triste, mas o ser humano ainda tem uma clara e absurda tendência para avaliar a essência de uma pessoa através da classe social, ou do que esta poderá ou não oferecer. Pois bem, eu quando pensava neste modo era, como disse anteriormente, uma criança.
Com o passar da idade, a inocência tão claramente evidente foi-se desvanecendo aos poucos e comecei a perceber que também as pessoas ditas importantes em Portugal ou pelo menos com um determinado status também tinham como hábito certos actos ilícitos. Bem mas aqui a história é outra. É fantástico que por mais escandaloso ou grave que seja o acto, tais indivíduos são defendidos e perdoados como ninguém. Dar-lhes-ia o nome de “A Teia ou Rede (como lhe quiserem chamar) Infindável das boas Causas para a Humanidade. Claro que digo isto com o maior tom sarcástico, porque se houver alguma causa, são tudo menos globais.
Quando falo de rede passamos para um outro nível do meu enriquecimento e desenvolvimento pessoal, se assim poderei chamar.
É normal que no dia-a-dia, quer nos empregos ou no grupo de amigos, que determinados indivíduos exerçam influência ou poder sobre outros. Contudo o poder e a influência que tento tratar não são os habituais, fruto das relações individuais em determinado meio, mas sim de algo maior do que isso...E também mais grave. Este é fundamentado numa base de interesses e aproveitamento em seu benefício devido aos importantes cargos que ocupam. Situação inerente (ou não) aos olhos dos cidadãos. Tais indivíduos estão distribuídos em diversos meios, sendo o que tem maior influência a politica, que por sua vez é a que têm maior impacto sobre a sociedade.