sexta-feira, 28 de março de 2008

Já no tempo dos romanos se dizia: “Quem é aquele povo junto à água que não governa nem se deixa governar?”

E aqui aproveito para apelar a quem me saiba responder a tal pergunta que o faça. Tantos séculos passados e continua a ser um obstáculo perante os meus pensamentos.
Há uns dias atrás, enquanto cozinhava e ouvia as noticias, ouvi algo que me obrigou a aumentar o volume da Tv. e a focar mais uma vez a minha atenção unicamente no ecrã. Anunciavam então que iria entrar em vigor uma lei que proibia os piercings, assim como tatuagens e maquilhagem permanente em meninas com menos de 18 anos! Confesso que não estava a acreditar e penso que não é preciso explicar uma vez mais o que tal situação faz lembrar. Já nem sequer somos livres de fazer o que queremos com o nosso corpo? Por este andar só falta acabarem com os implantes de silicone! Por acaso nem sou grande adepta de piercings e tatuagens por isso não pensem que se trata de uma opinião de gosto ou defesa pessoal. Trata-se sim da palavra de alguém que nasceu supostamente na época pós-fascismo, a suposta época da liberdade, alguém plenamente ciente dos direitos de cada um. Relativamente aos piercings e tatuagens, são simplesmente aspectos que marcam gerações, tornou-se moda e são utilizados como forma de manifestação e afirmação pessoal. Não podemos proibir as pessoas de serem livres de se expressarem já que a moda que vai desde o vestuário a determinados comportamentos são tão ou mais importantes do que muitas das nossas palavras utilizadas no dia-a-dia, para transmitir a personalidade de cada um. Concordo que determinadas zonas do corpo sejam de risco, mas quem está sujeito a tal é através de pleno acto voluntário. O que seria se amanha decidissem proibir tudo o que faz mal à saúde ou ao corpo? Não deveriam estar mais preocupados com o que faz mal à sociedade em geral? Ou com aspectos que matam diariamente milhares de pessoas, como o vergonhoso estado das nossas estradas?
Como a prioridades dos ditos grandes senhores é aumentarem sempre que puderem o seu património, em vez de se preocuparem para investir algum dinheiro nas estradas, têm como prioridade as dezenas de radares, as centenas de operações stop, as novas leis do código da estrada, mais punições e claro o aumento do valor das multas! Como é que é possível fecharem os olhos ao estado das estradas? É impressionante a quantidade de zonas mal assinaladas, estradas com curvas em que o relevo está ao contrário provocando sucessivos acidentes e os milhares de buracos e lombas, se assim as posso chamar, por defeito na construção. Já que falo em estradas, aproveito para contar mais um episódio em que fiquei bastante surpreendida. Há uns meses atrás, dirigia-me à universidade de uma pessoa conhecida situada na Ameixoeira, e para tal tenho de passar pela Junta de Freguesia do Lumiar. Já tinha reparado que estavam a realizar uma obra grande, quando percebo que esta é um autêntico atentado à paisagem lisboeta. Para além de tapar a vista a dezenas de casas, algumas novas, passa rente ao tecto da Junta fazendo com que esta fique constantemente mergulhada na sombra. Tal obra é mais conhecida pela continuação do Eixo Norte-Sul. Será que nunca ouviram falar em Engenheiros de Planeamento do Território? Oh já me esquecia, o Engenheiros Civis é que andam a tratar do assunto…

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